sábado, 15 de novembro de 2008

FIAC – Foire Internationale d’Art Contemporaine.

A Feira Internacional de Arte Contemporânea de Paris aconteceu entre os dias 23 e 26 de outubro, no Grand Palais, no Coeur Carrée do Louvre, e nos Jardin des Tuileries. Este evento anual, é uma manifestação comercial e artística que reúne galerias, colecionadores, personalidades do mundo da arte internacional, assim como curiosos anônimos e amantes da arte como eu. Porém, ao que parece, somos cada vez mais não-convidados. A entrada da feira custa 25 euros. Meia entrada somente para estudantes de arte, ou talvez estudantes em geral menores de 26 anos.
Notas sobre as questões de acessos e restrições da arte atual à parte, fiquei muito contente em estar aqui e poder ver, afinal, o que estão “vendendo na feira”!

Vou citar alguma coisa que de que gostei, como uma fotografia de Pilar Albarracín, “Pata Negra”. Uma artista espanhola (Sevilha) que questiona a hierarquia tradicional dos gêneros através do vídeo, da performance, da escultura, da fotografia e da instalação. Traduzindo (com o perdão do meu Francês) um texto de uma exposição da artista na Maison Rouge: “Ela se apóia sobre as características culturais e ritualísticas da sua Andaluzia natal para colocar novamente em questão a divisão dos papéis feminino e masculino e os fundamentos da identidade sexual.” Um trabalho forte e pertinente. Gosto quando a imagem me causa algum desconcerto, quando há qualquer coisa de desconfortável que nos obriga a uma interrogação ou reflexão.


Outra obra que vi, foi uma escultura da série Sphinx, de britânico Marc Quinn. Onde ele esculpe a artista Kate Moss (amiga do artista) em poses contorcionistas de Yoga. Com um buraco no olhos e o sexo sendo ofertado, a obra ilustra o contraste entre nosso desejo projetado e a desumanização da Top Model. Mac Quinn (traduções tabajara!, mais uma vez): “É uma escultura que não representa Kate Moss, mas sua imagem. As duas são separadas. Nós criamos as imagens que aspiramos, mas que são impossíveis de atingir, que mesmo Moss não pode alcançar”. Quinn esculpiu também seu rosto com seu próprio sangue congelado e depois esculpiu o rosto do seu recém-nascido com a placenta congelada de sua mãe. Um trabalho conceitualmente denso e esteticamente perturbador. Vida, existência, corpo, identidade, fragilidade, o ideal, o anormal... essa complexidade da arte contemporânea é realmente apaixonante. E tudo está por fazer!


Sites:
http://www.fiac.com/
http://www.pilaralbarracin.com/
http://www.marcquinn.com/




3 comentários:

Anônimo disse...

passei por aqui...
e adorei o video do coletivo, muito bom o video e interessantes os moveis.

beijo e bom fim de semana.

mari.

Kaká disse...

Que viagem essas esculturas heim!!
Sabe que na primeira foto ela faz uma postura da 2 serie. Sera que ela e Ashtangueira tb??
Nunca escutei nada sobre... mas curti, ficaram bem originais.
Beijao

barbara disse...

puxa, curti muito o trabalho da pilar albarracín. já estou quicando pelos links dela por aqui.
=)
que bom ter notícias suas, querida. voltarei aqui na esperança de ler mais e mais!
um beijo.